O Real Digital funcionará como uma espécie de “Pix dos serviços financeiros”, disse Fabio Araujo, coordenador da iniciativa no Banco Central, na segunda-feira (6). Segundo Araújo, a moeda digital vai permitir a transferência de ativos financeiros de forma tão imediata quanto o Pix.
A declaração de Araújo ocorreu em coletiva à imprensa para apresentar as diretrizes do projeto-piloto, iniciado oficialmente na segunda.
Mas qual a diferença entre o Real digital e o Pix?
No programa Cripto+ no YouTube do InfoMoney, Jefrey Santos, CTO da Capitual, explicou que o “Pix é uma solução, enquanto o Real Digital vem para possibilitar outras soluções”.
O Pix é um meio de pagamento que já funciona e foi apresentado pronto ao público, enquanto que o Real Digital é um ambiente novo, “uma espécie de chamada para que mais revoluções, como o Pix, nasçam no futuro”, a partir de um ambiente integrado, regulado e digital.
Segundo ele, o Pix é um mecanismo que movimenta o dinheiro em sua versão eletrônica.
“O Real Digital é o que o nome diz: a moeda em sua versão digital. Há uma pequena diferença no uso prático, mas uma grande diferença na forma como essas tecnologias são construídas. Temos a falsa ideia de que as moedas digitais são criptomoedas. O real digital herdará muito da tecnologia das criptomoedas, porém, ele não é uma delas. Toda criptomoeda é digital, mas nem toda moeda digital é uma criptomoeda”, afirma Santos.
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Inscreva-seA principal diferença entre a moeda virtual e as criptos é que a regulamentação e o controle sobre o Real Digital ficarão inteiramente sob a responsabilidade do BC, ao passo que as criptomoedas têm uma gestão descentralizada.
O Pix já está consolidado no Brasil com mais de 144 milhões de usuários cadastrados e mais de 577 milhões de chaves registradas. O projeto do Real Digital, por outro lado, terá uma fase de testes com início ainda neste mês e contará com a participação de bancos, instituições de pagamento, cooperativas e outras entidades do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Redução de custo de crédito
O coordenador da iniciativa do Real Digital no Banco Central avalia que o Real Digital poderá reduzir o custo de crédito e aumentar o retorno de investimentos porque retira intermediários das negociações.
Além disso, um dos principais objetivos da CBCD (moeda digital do BC) é permitir a realização de novos serviços financeiros. Questionado sobre se o Real Digital vai acabar com a moeda física, técnicos explicaram que a maior diferença de um CBDC é o uso de tecnologia e oferta de serviços possíveis.
Araujo disse que no workshop sobre o tema, marcado para ocorrer em abril, os critérios dos participantes da fase de testes serão anunciados.
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Custo do Real Digital
Haroldo Jayme Cruz, chefe do Departamento de Informática do Banco Central, salientou que a instituição ainda não calculou o custo total do Real Digital. “A expectativa é que os custos do Real Digital sejam compatíveis com o Pix.”
*Com Agência Estado.
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