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Wednesday, September 7, 2022

Sete ativos para conquistar a independência financeira – Investimentos – Estadão E-Investidor - E-Investidor

  • Na história ou no mercado financeiro, a palavra independência remete a um lugar especial de liberdade e autonomia; dois sentimentos que tem tudo a ver com o mundo dos investimentos
  • É pensando em alcançar a independência financeira que muitos brasileiros começam a investir ou organizar as finanças pela primeira vez
  • Para ajudar a escolher quais ativos não podem ficar de fora da carteira na busca pela independência financeira, o E-Investidor ouviu especialistas do mercado

Nesta quarta-feira, 7 de setembro de 2022, o Brasil comemora os 200 anos de sua independência. Esta palavra remete a um lugar especial de liberdade e autonomia – dois sentimentos que tem tudo a ver com o mundo dos investimentos.

É pensando em alcançar a independência financeira que muitos brasileiros começam a investir ou organizar as finanças. O objetivo mais comum é construir um patrimônio ou renda que não dependa de um emprego fixo e permita uma maior qualidade de vida.

Algumas estratégias podem facilitar o caminho. A primeira delas é focar no longo prazo, com paciência para que os investimentos comecem a dar os primeiros frutos. A diversificação também é uma palavra-chave.

Conhece aquele ditado que diz para não colocar os ovos em uma mesma cesta? Ele também vale para o mercado financeiro. A ideia é não concentrar os recursos em um único produto de investimento, podendo aproveitar diferentes características disponíveis nos ativos e, claro, proteger o portfólio da volatilidade.

Para ajudar a escolher quais ativos não podem ficar de fora da carteira na busca pela independência financeira, o E-Investidor ouviu especialistas do mercado, que indicaram algumas boas opções. Confira:

Tesouro Direto

Com a Selic em 13,75% ao ano, os investimentos de renda fixa voltaram aos olhares dos investidores. E não é para menos. Com o atual patamar dos juros, esses ativos oferecem uma remuneração expressiva a um grau de risco muito menor na comparação com a renda variável.

Mas, para quem pensa no longo prazo, a renda fixa deve ter seu lugar na carteira de investimentos independentemente do cenário de juros.

Os títulos do Tesouro Direto, os mais famosos entre os ativos da renda fixa, são considerados um dos investimentos mais seguros do mercado. Isso porque, na prática, funcionam como um empréstimo de dinheiro ao governo em troca de uma remuneração.

Com aplicações a partir de R$ 30, o investidor pode escolher diferentes tipos de rentabilidade – prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros –, com diferentes prazos de vencimento e liquidez diária.

Nesta reportagem, contamos quais as melhores opções do momento. Para quem pensa em alcançar a independência financeira no longo prazo, uma das opções mais recomendadas são as NTN-Bs – ou Tesouro IPCA+. Esses títulos são indexados à inflação, por isso funcionam como uma forma de proteger o patrimônio das variações da economia.

“Por ter o menor risco de crédito possível e proteger da inflação, o investidor sempre vai ganhar IPCA mais uma taxa definida na compra, um juro real”, afirma Rodrigo Knudsen, gestor da Empiricus Investimentos. A dica de Knudsen para aproveitar melhor esses títulos é acertar o prazo em que  se deseja receber os recursos investidos no Tesouro.

Vencimentos mais curtos podem ser interessantes para conquistar de volta o dinheiro mais rapidamente, ao mesmo tempo que, se o investidor precisa reinvestir, pode não encontrar taxas tão atrativas no futuro.

Por outro lado, títulos com prazos muito longos podem sofrer com marcação a mercado se os recursos precisarem ser resgatados antes do vencimento.

Ações

A Bolsa de Valores está cheia de opções para quem busca a independência. Na B3, há mais de 400 empresas das quais o investidor pode se tornar sócio adquirindo ações.

Ao comprar sua participação em uma empresa, o investidor passa a acompanhar seu crescimento e distribuição de lucros, que pode retornar para o bolso com a remuneração de dividendos, em alguns casos.

É possível realizar diferentes operações de curto prazo na Bolsa, de day trade à venda descoberta. Mas, segundo especialistas, a melhor estratégia é visar o ganho de capital no longo prazo.

“A história mostra que os principais cases do mercado financeiro que alcançaram a proporção dos milhões através dos investimentos em Bolsa de Valores foram investindo pensando no longo prazo”, diz Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

O ideal é casar empresas que consigam pagar bons dividendos, que não podem faltar na equação de quem pensa em independência financeira, com as que entregam algum crescimento. “Assim, o investidor vai acumulando ativos ao longo do caminho, garantindo que a fonte não vai secar e permitindo que a carteira continue crescendo apesar das retiradas”, pontua Alves.

Fundos Imobiliários

Os fundos de investimento imobiliário (FIIs) são queridinhos dos investidores pessoas físicas no Brasil. O ativo de renda variável reúne os recursos dos cotistas e, por meio de uma gestora, os aplica em ativos do mercado imobiliário, de certificados de recebíveis imobiliários a imóveis físicos – diferença que segmenta o mercado de FIIs entre os de papel e os de tijolos.

Entenda qual dos dois parece mais atrativo no momento, de acordo com especialistas.

Para o investidor, os FIIs oferecem diferentes benefícios. O investimento inicial é baixo e a liquidez dos ativos na bolsa de valores é alta, o que facilita na hora de comprar ou vender as cotas. Tais ativos ainda pagam rendimentos isentos de impostos. Este último, considerado a cereja do bolo dessa indústria.

“A maioria dos FIIs paga rendimentos mensais, o que permite ao investidor ter um fluxo fixo que pode ser utilizado para pagar despesas ou reinvestir em ativos que estejam com uma melhor relação risco x retorno naquele momento. Os rendimentos são isentos do pagamento de imposto de renda para pessoas físicas, uma grande vantagem em relação ao recebimento de aluguel de um imóvel, por exemplo”, destaca Lucas Costa Araújo, diretor de gestão de FIIs da AF Invest.

Entre os fatores importantes para escolher um FII, Araújo destaca a qualidade dos ativos que compõem o portfólio do fundo e qualidade da gestão. É importante que o investidor se atente especialmente a consistência dos resultados entregues em cenários e momentos adversos de mercado.

Fundos Multimercados

Os fundos multimercados são fundos de investimento que podem alocar recursos em diferentes aplicações, de renda fixa e ações a derivativos e câmbio, por exemplo. Uma aplicação que pode ser interessante para quem quer investir de forma diversificada, mas não quer fazer isso por conta própria. Assim como os FIIs, os multimercados são comandados por gestores profissionais, responsáveis pela alocação e estratégias do ativo.

Com muitas opções no mercado, o investidor deve procurar por um fundo multimercado que dialogue com seu perfil de risco e seus objetivos. Assim, conseguirá aproveitar melhor a exposição que o ativo oferece para alcançar a independência financeira. “Existem uma série de formas de gerar retorno que apenas o investidor institucional tem acesso, como por exemplo comprar commodities ou opções exóticas diretamente nas bolsas globais. Muitos multimercados capturam essas oportunidades, o que faz muita diferença para a carteira no longo prazo”, explica Jonas Doi, sócio e gestor de portfólio da Alphatree Capital.

Segundo o especialista, no longo prazo, os multimercados tendem a render 5% a 10% acima do CDI. Até maio deste ano, a maioria dos fundos do mercado também entregava uma rentabilidade superior ao CDI; veja o levantamento feito pela XP.

Nesta reportagem, contamos como fazer esse investimento com segurança.

Ativos dos EUA

Na busca por diversificar o portfólio, muitos investidores apostam em investimentos no exterior. Uma boa estratégia para se proteger do que o mercado chama de “Risco Brasil”, intrínseco aos investimentos no País. Por ser a maior economia e o maior mercado financeiro do mundo, o destino desses investimentos costuma ser os Estados Unidos.

“Para uma relação de longo prazo, precisamos buscar um ambiente sólido e robusto, que nos dê segurança em investir. O mercado brasileiro, segundo as principais agências do mundo, tem uma avaliação de risco que se assemelha à da Macedônia ou do Uzbequistão. Você investiria durante 30 anos nestes países?”, questiona Mell Dilor, gerente de investimentos e relacionamento da Avenue.

Investir no mercado financeiro dos EUA permite ao investidor brasileiro uma exposição ao dólar, que também ajuda a proteger o patrimônio no longo prazo. “O dólar, apesar da oscilação que sofre, no longo prazo sempre sobe, o que impacta nosso poder de compra. Ter investimentos protegidos desta oscilação te encaminha para que, daqui a algumas décadas, a sua independência financeira aconteça”, diz Dilor.

Por meio de uma corretora, o investidor brasileiro pode ter acesso para investir diretamente no mercado dos EUA, seja em ações em bolsa, em bonds, a renda fixa norte-americana; ou em REITs, o primo gringo dos FIIs. Para quem não quiser se arriscar nas bolsas americanas, é possível negociar ações das empresas estrangeiras na B3, por meio das Brazilian Depositary Receipts (BDRs), ou através dos Exchange Traded Funds (ETFs).

Assim como nos ativos brasileiros, o investidor precisa levar em consideração seu perfil de risco, objetivos e prazos antes de escolher um dos ativos.

Previdência Privada

Pensar em independência financeira a longo prazo esbarra inevitavelmente na aposentadoria. Se a ideia do investidor é possuir, por meio dos investimentos, uma renda que lhe dê conforto independente do trabalho, a estratégia também precisa incluir os anos finais da vida.

Desde que a Reforma da Previdência foi aprovada em 2019, aumentando a idade necessária para a aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), os fundos de previdência privada ganharam ainda mais espaço.

Para reservas de longuíssimo prazo, a previdência privada oferece algumas vantagens tributárias e sucessórias, pensadas exclusivamente para a aposentadoria. Atualmente, existem duas modalidades principais no mercado: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Entenda as principais diferenças entre eles.

Esses fundos podem ter em sua composição ativos de renda fixa, multimercado ou apenas ações, podendo ser trunfos para a construção de patrimônio a longo prazo. Mas ainda podem ser ciladas, por isso, é preciso se atentar a ativos com históricos de rentabilidade e boa gestão. Um levantamento publicado pelo E-Investidor em fevereiro mostrou que alguns fundos ficaram abaixo do CDI; confira a lista dos piores.

“Durante muito tempo, a previdência foi um produto criticado pelas altas taxas e baixa rentabilidade ofertadas pelos ‘bancões’. No entanto, nos últimos anos esse mercado se abriu para os gestores independentes e novas opções”, diz Alexandre Brito, sócio e gestor da Finacap Investimentos.

A melhor forma de escolher um fundo de previdência é alinhar o ativo ao objetivo da aposentadoria. Quando o investidor deseja receber lá na frente? Quanto está disposto a investir até lá? “Recomendamos que seja contratado um planejador financeiro ou gestor de patrimônio que o ajude a calcular o volume de aporte mensal que deve ser feito para atingir o patrimônio alvo no futuro que seja suficiente para gerar a renda passiva necessária para a independência financeira”, recomenda Brito.

Criptomoedas

Atualmente, o mercado de criptomoedas enfrenta um momento delicado de “inverno” com quedas expressivas em seus principais ativos, como o bitcoin (BTC) e o ethereum (ETH). Apesar disso, se analisada a trajetória histórica desses ativos desde que a indústria começou em 2022, a valorização continua chamando a atenção. Por isso, podem ser uma opção para aqueles investidores de maior apetite ao risco.

A negociação das criptos é feita através das exchanges, as corretoras deste mercado, onde os investidores podem comprar ou vender as moedas digitais. Por ter sua cotação feita em dólar, esses ativos também oferecem exposição a uma moeda forte. “Os criptoativos são uma classe de ativos nova e, por terem uma oscilação maior que os ativos tradicionais, possibilitam um impacto significativo no resultado de longo prazo do portfólio, desde que seja em uma pequena alocação, de poucos pontos percentuais”, afirma João Marco Braga Cunha, gestor de portfólio da Hashdex.

Por terem um maior nível de volatilidade, os criptoativos demandam uma maior atenção dos investidores. Uma forma de investir nesse mercado, mitigando em parte os riscos, é por meio dos ETFs disponíveis na B3, conforme explicamos nesta reportagem.

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