O Ibovespa fechou em queda de 2,17% nesta terça-feira (6), aos 109.763 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira, hoje, caiu mais do que seus pares americanos, após, porém, ter tido desempenho melhor do que esses nos últimos dias.
Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente 0,55%, 0,41% e 0,74%.
Nos juros, os treasuries yields voltaram a subir, com o do contrato de dez anos ganhando 15,4 pontos-base, a 3,345% – segundo a CNBC, a alta se deu após a publicação do PMI ISM não manufatura ter vindo além do esperado, com leitura de 56,9, ante 55,1 do consenso.
“A gente amanheceu com os treasuries pressionados, com o de dez anos saindo de 3,19% para 3,25%. De tarde, os títulos do tesouro americano avançaram ainda mais, fazendo o dólar se fortalecer muito mais frente a outras moedas”, comenta Fábio Guarda, sócio e gestor da Galapagos Capital.
Frente ao real, o dólar comercial subiu 1,63%, a R$ 5,238 na compra e na venda. O DXY, índice que mede a força da moeda americana frente a outras divisas de países desenvolvidos, foi a 110,27, máxima em 20 anos.
“O real desvalorizou após ter registrado um melhor desempenho do que as outras moedas nos últimos dias e também por conta do movimento das treasuries. Estamos sujeito a essas realizações“, complementa Guarda. “Amanhã é feriado também, pouca gente quis ficar exposto aos riscos que podem surgir”.
Nesta quarta-feira, diversos atos estão marcados pelo país – e há certo temor de que as manifestações possam escalar.
Felipe Moura, analista de investimentos da Finacap, vai no mesmo caminho. “Dia de correção forte do Ibovespa, e um pouco mais moderado lá fora. Mas é técnico, nossa bolsa tinha apresentado um descolamento relevante tanto em relação às bolsas americanas quanto em relação às europeias. É uma realização de lucros, algo sempre natural”, diz.
Além disso, Moura destaca também que as falas de diretores do Banco Central brasileiro, que trouxeram tom mais duro, afirmando que a instituição manterá sua “guarda alta” , o que impulsionaram dólar e juros.
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“Tivemos possíveis especulações também de que pode haver uma alta adicional da Selic por parte do Banco Central ou um período mais alongado de juros elevados”, explica. “Falas geram especulação, com o mercado, no curto prazo, sendo sensível a ruídos”.
A curva de juros brasileira, com isso, subiu em bloco. Os DIs para janeiro de 2023 ganharam dois pontos-base, indo a 13,74%, e os DIs para 2025 foram a 11,94%, com acréscimo de 15 pontos. Os DIs para 2027 e 2029 viram suas taxas subirem, respectivamente, 20 e 16 pontos, a 11,63% e 11,73%. Os DIs para 2031, por fim, fecharam a 11,79%, com mais 11 pontos.
“No Brasil, a fala dura do Roberto Campos Neto, apesar da inflação ter vindo mais baixa, pegou o mercado de surpresa. Ele acha que ainda não é hora de afrouxar a Selic”, destaca Marcelo Oliveira CFA e sócio-fundador da Quantzed, uma vez que alguns setores, como o de serviços, ainda estão com pressão de preços. “Setores de varejo e construção caem hoje por conta da fala do Campos Neto. São os setores que mais sofrem com juros mais altos porque são empresas mais alavancadas operacionalmente, além de terem um beta alto”.
Entre as maiores quedas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias da MRV (MRVE3), com menos 8,51%, as da Via ([ativo=VIIIA3]), com menos 7,67%, e as da Magazine Luiza (MGLU3), com menos 7,41%.
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