Em fato relevante, a Aliansce Sonae (ALSO3) informou nesta quarta-feira (29) que que iniciou conversas preliminares com a BrMalls (BRML3) sobre uma potencial combinação de negócios.
Entretanto, afirmou “que não existe acordo, oferta ou proposta acerca da referida potencial transação”.
Na abertura dos negócios, às 10h50, as ações da Aliansce subiam 2,93%, cotadas a R$ 21,82, enquanto as da BrMalls avançavam 2,83%, a R$ 8,35.
Avaliação
Para o Bradesco BBI, apesar da falta de detalhes sobre os termos das negociações, a possível operação tende a ser um operação de ganha-ganha para as empresas, “com muito senso estratégico”.
Segundo os especialistas, o viés construtivo decorre da combinação de ganhos de escala das operações, o que é cada vez mais importante no segmento de shoppings físicos, em meio à tendência ao omnichannel intensificadas pós-pandemia de Covid.
Além disso, apontam os especialistas, pode ocorrer uma diluição do risco de iniciativas de capital de risco na integração digital (por exemplo, descontinuidade do Centro de Entrega da BrMalls.
No mais, há potenciais sinergias em custos, como nas despesas gerais e administrativas, e de receita (alavancagem comercial com varejistas).
Adicionalmente, já há uma percepção positiva sobre os padrões atuais de governança de ambas empresas, com controle descentralizado e acordo de acionistas já estabelecido, principalmente do lado da Aliansce, o que “pode preparar o terreno para uma empresa mais forte”.
Em relação à liquidez das ações, a expectativa é de que haja uma melhora significativa aos detentores de ALSO3. “Vemos isso como uma das principais razões para a ALSO negociar com um desconto de avaliação significativo para os pares”, acrescentaram.
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Cenário concorrencial com Aliansce e BrMalls
Mesmo sendo duas das maiores operadoras de shoppings do Brasil em área bruta locável (ABL), os analistas do Bradesco BBI não enxergam riscos significativos contra a fusão, por parte dos órgãos de defesa da concorrência.
“Apesar de serem dois dos maiores players do Brasil, só vemos questões de antitruste mais altas em três cidades de médio porte: Vila Velha-ES, Londrina-PR e Uberlândia-MG, nenhuma delas impondo barreira ao negócio”, informaram.
Adicionalmente, destacaram que o mercado em cidades maiores, como o Rio de Janeiro (onde ambas empresas têm exposição relevante), tende a ser mais fragmentado, com um maior número de concorrentes compartilhando os consumidores e ABL da cidade.
“Esta não é a primeira vez que as empresas estão analisando uma joint venture, mas desta vez pode acontecer, com ambas as ações perto de pandemias baixas – o que pode ajudar nas contas para pagar as contas.”
Comunicação à CVM
A manifestação vem por conta de notícias publicadas no Pipeline Valor e Brazil Journal de que as duas companhias iniciaram conversas para uma fusão.
Segundo a Aliansce Sonae, a empresa foi formada por meio de desenvolvimentos de shopping centers e combinações de negócios, incluindo a bem sucedida fusão entre Aliansce Shopping Centers e Sonae Sierra Brasil, em 2019.
“A estratégia da Companhia é seguir buscando oportunidades de crescimento, fortalecendo seu portfólio com ativos complementares, por meio de combinações de negócios e aquisições de shoppings líderes em suas regiões de atuação”, acrescentou.
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