Na produção independente, os criadores cuidam de todo o ciclo de vida do animal. Na propriedade de Becker, por exemplo, há 110 "mães". Ao longo da vida, cada uma dá, em média, cinco ou seis crias com pelo menos 13 nascidos de cada vez.
Das crias, são selecionadas novas "mães" para dar continuidade à produção. Quando não são mais boas reprodutoras, as fêmeas também vão para o abate.
Se são integrados às grandes empresas, os produtores cuidam, apenas, de uma parte da vida do animal. Uma granja cuida dos leitões pequenos.
Na fase da "creche", os porcos vão para outra propriedade —e podem ainda passar por um terceiro local antes do abate.
"Nesse modelo de integração, o produtor fica só com o cocô do porco e ganha uma miséria", diz Vilibaldo Michels, que cria 6.000 suínos de forma independente.
As granjas integradas precisam cumprir uma série de exigências, o que demanda investimento. Leonei Michels, que está deixando a atividade, diz que, mesmo se quisesse, não teria como se associar a uma dessas empresas.
Só para continuar como independente eu teria que gastar R$ 300 mil em reformas. Para fazer a integração, então, o investimento é um absurdo. E a produção precisa ser na capacidade máxima, é muito difícil conseguir bater as metas que eles estabelecem. É uma loucura se meter em uma aventura dessas.
Leonei Michels, produtor
Em nota, a ABPA afirma que o sistema de integração é "um modelo consolidado de parceria entre produtores e agroindústrias", em que as empresas oferecem orientação técnica, insumos e a garantia da compra do animal para o abate, enquanto o produtor se responsabiliza pela estrutura e pelo manejo dos suínos.
Segundo a entidade, o sistema existe desde os anos 1970, e foi "fundamental para que o país ganhasse destaque como produtor e exportador de proteínas". A ABPA diz ainda que os critérios de remuneração são decididos em conjunto por produtores e integradoras.
Carne de porco: produtores abandonam atividade - UOL Economia
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