Ex-líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP) chamou a atenção na segunda-feira, 22, por elogiar o programa do governo Lula de incentivo à indústria. Questionado sobre o assunto em entrevista à CNN Brasil nesta quarta-feira, 24, o deputado federal licenciado disse que não precisa se explicar, mas se explicou.
Barros disse que se manifestou como secretário de Indústria e Comércio do Paraná, cargo que ocupa atualmente. “Estamos animados com os recursos que foram anunciados”, comentou.
O deputado licenciado disse que em sua cidade, Maringá (PR), sempre esteve em uma posição contrária ao Partido dos Trabalhadores, mas que, em nível nacional, a história é diferente. Ele lembrou que, além de líder do governo Bolsonaro, também foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso, vice-líder do governo Lula, vice-líder do governo Dilma Rousseff e ministro do governo Michel Temer.
“Nós somos o centro, nós somos o Progressistas, nós somos o partido que dá governabilidade”, resumiu.
De olho na vaga de Moro
Barros também foi questionado sobre os planos para concorrer à cadeira de Sergio Moro no Senado, que ainda não está vaga.“O Ministério Público Eleitoral já deu parecer contra a permanência do mandato do ministro [senador] Sergio Moro, a favor da sua cassação, então o julgamento deve ocorrer em pouco tempo e, havendo a cassação do senador Sergio Moro, eu vou concorrer ao Senado”, disse o deputado licenciado, que aproveitou para apresentar seu currículo político no Paraná, de “35 nos de vida pública”.
“Meu partido já me autorizou, tanto o nacional quanto o estadual, a representar o Progressistas nessa disputa suplementar, que deve ocorrer ainda este ano no Paraná”, comentou, acrescentando que pretende contar com o apoio de Bolsonaro na empreitada: “Espero ter [o apoio], fui um leal defensor de seu governo lá no Congresso Nacional”.
A costura
O PL de Bolsonaro é o autor de uma das duas ações que questionam a eleição de Moro, por ele supostamente ter se beneficiado do do uso de recursos da pré-candidatura à Presidência da República — a outra é do PT. Paulo Martins (PL), que ficou em segundo lugar na eleição para o Senado no Paraná, é quem apresentou a ação do PL, e deve tentar concorrer numa possível eleição suplementar.“O momento de cada partido é ter seus próprios candidatos. Mas nós vamos fazer uma costura quando se consolidar a oportunidade dessa vaga”, disse Barros.
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