A Petrobras (PETR3;PETR4) informou ao mercado nesta sexta-feira (17) que realizou um estudo preliminar sobre os processos de desinvestimentos em curso e, até o momento, não verificou fundamentos para suspender os projetos em que já houve contratos assinados.
Já os processos em que não houve contratos assinados seguirão em análise, acrescentou a companhia.
As afirmações constam em resposta da diretoria executiva da Petrobras a um ofício do Ministério de Minas e Energia, que havia pedido a suspensão do programa de desinvestimentos da Petrobras por 90 dias e gerou temor para o setor. Segundo a companhia, essa resposta foi encaminhado para apreciação de seu Conselho de Administração.
Antes do comunicado de hoje da estatal, a Seacrest havia informado que a Petrobras convidou a empresa para reiniciar as reuniões de transição em relação à aquisição do Polo Norte Capixaba. Posteriormente, a 3R RRRP3) anunciou que a estatal ratificou a continuidade do processo de transição do Polo Potiguar, impulsionando os ativos e já dando indicações sobre o comunicado posterior pela estatal.
A Petrobras tem, atualmente, cinco contratos assinados, aguardando conclusão do negócio, para venda dos ativos:
- a refinaria Lubnor, no Ceará, para a Grepar Participações, no valor de US$ 34 milhões;
- Polo Potiguar (campos terrestres no Rio Grande do Norte), para a 3R Petroleum, no valor de US$ 1,38 bilhão;
- Polo Norte Capixaba (campos maduros onshore no Espírito Santo, para a Seacrest, por US$ 544 milhões;
- Polos Golfinho e Camarupim, no pós-sal da Bacia do Espírito Santo, para a BW Energy, por US$ 75 milhões;
- Campos de Pescada, Arabaiana e Dentão, em águas rasas da Bacia Potiguar, para a Ouro Preto Óleo e Gás (hoje 3R), no valor de US$ 1,5 milhão.
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Inscreva-seDesta forma, os analistas de bancos, como Goldman Sachs, JPMorgan e Bradesco BBI destacaram uma visão positiva para a 3R (que depois foi confirmada com o anúncio). A reação fortemente positiva dos ativos RRRP3, que subiram mais de 15% nesta sexta, ocorre uma vez que parte do recente desempenho ruim das ações da companhia pode ser explicado pelos riscos de a Petrobras não avançar com a venda dos ativos.
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O JPMorgan destaca que a confirmação do processo pela Petrobras deve ser visto como um catalisador muito bom para os 3R.
“Neste momento, falta à 3R apenas a licença ambiental do Ibama (condição precedente para a transação), que a empresa espera obter até o final do mês. Para constar, temos a avaliação do cluster Potiguar em nossos modelos de 3R”, avalia o JP, que tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra). O preço-alvo é de R$ 100, ou um potencial de alta de 268% em relação ao fechamento da véspera.
Por outro lado, o Goldman Sachs aponta que o comunicado não tem implicações para a Petroreconcavo, que estava em negociações para comprar Bahia Terra da estatal, mas o contrato não foi assinado. “Não vemos uma implicação direta das notícias de hoje para a empresa”, afirmou. Ainda assim, as ações subiram 2,75%, a R$ 21,30.
Cabe ressaltar que algumas casas já têm reduzido as suas estimativas para a Petroreconcavo, principalmente após as declarações recentes de Jean Paul Prates, CEO da Petrobras, que garantiu nesta semana que a estatal seguirá na Bahia, incluindo o Polo Bahia Terra.
“Em sua fala com os trabalhadores no Cepe, o presidente (Prates) garantiu que a companhia voltará a utilizar o complexo mobiliário do Torre Pituba como estação de trabalho da capital baiana. Prates reforçou ainda que a Petrobras fará investimentos no Estado, incluindo o Polo Bahia Terra”, disse a estatal em nota nesta semana, sem deixar claro como seriam esses investimentos.
O Polo estava sendo negociado com um consórcio formado pela PetroReconcavo e também pela Eneva (ENEV3), mas ainda não havia sido assinada a venda. O Bradesco BBI disse acreditar que a venda do ativo Bahia Terra nesta fase é vista como improvável.
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