Após uma primeira semana do ano de forte volatilidade para o mercado, principalmente por conta do noticiário político, as atenções seguem voltadas para os futuros planos e políticas econômicas do governo eleito, particularmente após a primeira reunião oficial do presidente com sua equipe ministerial. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que pretende anunciar as primeiras medidas à frente da Pasta nesta semana.
A agenda econômica doméstica e internacional também estará bastante movimentada, com atenção principalmente aos indicadores de inflação no Brasil e nos EUA, além de outros dados de atividade por aqui.
No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro será divulgado na terça-feira (10).
O Bradesco projeta alta de 0,43% no mês na base mensal, encerrando o ano em 5,6% com divulgação na terça feira.” A inflação ao consumidor terminou o ano pressionada pelos preços livres, especialmente pelas altas de alimentos e bens de consumo industriais Os preços de serviços apresentaram uma dinâmica mais amena no último trimestre, levando à desaceleração dos núcleos de inflação”, aponta o banco.
Já o Itaú espera avanço mensal de 0,46% em dezembro, levando a taxa anualizada a 5,6% (de 5,9% em novembro e 10,1% em 2021). “A leitura será pressionada por bens industriais (principalmente itens de higiene pessoal com algum retorno dos descontos da Black Friday de novembro) e alimentação em casa (principalmente in natura). Por outro lado, os núcleos de inflação podem manter algum alívio na margem”, aponta o banco.
A meta do IPCA para 2022 é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja, uma banda entre 2% e 5% de inflação), o que significa que a inflação deve estourar o teto da meta. Em meados de 2022, o BC já havia admitido oficialmente que deveria haver um estouro da meta de inflação.
Na quarta feira (11), o IBGE divulgará os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de novembro , ou as conhecidas vendas no varejo, que deverão refletir o desempenho das vendas na Black Friday, avalia o Bradesco.
O Itaú, por sua vez, projeta recuo de 0,6% (+1,3% anual) e 0,2% mensal (-0,9% na base mensal) para os índices core e amplo (que incluem veículos e material de construção), respectivamente, com sinais mistos nos segmentos. “Vale ressaltar que há grande instabilidade no ajuste sazonal do índice amplo, por isso é importante olhar mais de perto as estimativas na comparação anual”, aponta.
Na sequência, na quinta-feira, é a vez da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), também divulgada pelo IBGE. O Itaú projeta leve avanço (+0,1% na base mensal), mas com o componente de serviços oferecidos às famílias recuando 1,5%; enquanto isso, o Bradesco aponta que, a despeito dos números mais contidos de contratação vistos no Caged de novembro, espera um resultado ainda resiliente do setor de serviços.
Já na sexta, o Banco Central divulga o IBC-Br de novembro, considerado uma prévia do PIB. Segundo a estimativa da XP, deve haver uma queda de 0,4% na comparação com outubro.
Inflação em destaque também no exterior
Na agenda internacional, a principal divulgação é o resultado da inflação ao consumidor nos EUA. Ditando os próximos passos da política monetária no Fed, a atenção se volta ao dado do CPI de dezembro, na quinta-feira. Antes disso, na terça, o destaque será o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, sobre os próximos passos da política monetária americana.
Antes disso, no âmbito global, as divulgações começam, na segunda, com a produção industrial da Alemanha de dezembro. No mesmo dia, a Zona do Euro divulgará sua taxa de desemprego para o mês de novembro.
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Na sexta, a Alemanha divulgará seu PIB para o 4T22 e a Zona do Euro, a produção industrial para novembro.
Voltando aos EUA, também na sexta tem início da temporada de resultados do 4º trimestre de 2022 das empresas americanas, com grandes bancos divulgando seus balanços a partir desta data. Bank of America, JPMorgan e Wells Fargo divulgam seus números já no próximo dia 13.
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