O Ibovespa fechou em alta de 1,53% nesta quarta-feira (11), aos 112.517 pontos, em seu sexto pregão de alta consecutiva. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em parte, o que foi visto no exterior.
Em Nova York, os benchmarks Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram, respectivamente, 0,80%, 1,28% e 1,76%.
“Hoje foi um dia de agenda esvaziada lá fora, com investidores esperando a divulgação do relatório de inflação CPI, que sai amanhã nos Estados Unidos”, explica Jennie Li, estrategista de ações da XP. “E há a expectativa de que o relatório traga uma desaceleração da alta dos preços, o que traz ânimo para os mercados”.
A curva de juros americana se antecipou e os treasuries yields para dez anos perderam 8,5 pontos-base, a 3,534%, enquanto o para dois anos perdeu quatro pontos, a 4,218%.
“Investidores, nos EUA, seguiram majoritariamente em compasso de espera, no aguardo do dado mais recente de inflação ao consumidor, a ser divulgado amanhã. Dito isso, as bolsas americanas aceleraram a alta nessa tarde, diante também de resultados corporativos positivos referentes a empresas do setor de tecnologia e financeiro – marcando os primeiros sinais da temporada de resultados do último trimestre de 2022”, complementa Rachel de Sá, chefe de economia da Rico.
A temporada de balanços americana começa na próxima sexta-feira.
Para além do exterior, o Ibovespa, segundo especialistas, também teve gatilhos internos.
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“Por aqui, as preocupações ligadas a crises institucionais, depois das invasões de domingo, acabaram se dissipando, isso após uma resposta dura, forte e rápida das autoridades, que condenaram os atos. Os investidores, com isso, voltam a focar na agenda econômica, com expectativa de anúncios para os próximos dias”, acrescenta Li.
De acordo com dados da B3, o investidor estrangeiro manteve aportes na Bolsa brasileira mesmo após os ataques.
Rachel de Sá destaca ainda que o clima de otimismo também foi impulsionado pela fala da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que anunciou novos integrantes da sua equipe e destacou a importância da responsabilidade fiscal na gestão econômica do país.
Além disso, ela menciona também a publicação dos dados das vendas do varejo brasileiro em novembro, com baixa de 0,6%. “A queda mais forte do que o esperado sinaliza a perda de força da atividade econômica diante dos juros altos e o elevado endividamento das famílias, impactando especialmente bens mais sensíveis ao crédito (como duráveis)”, debate.
“Mercados locais continuaram avançando na onda de risco externa. Bolsa americana subindo 1% e o Ibovespa indo em linha. Real teve desempenho próximo dos pares emergentes, juros locais fecharam com as notícias positivas vindas do governo e possiveis anuncios de ajuste fiscal, ao mesmo tempo que os dados mais fracos do varejo mostraram que a economia está perdendo fôlego”, diz Victor Candido, economista-chefe da RPS Capital.
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Com a menor atividade econômica, junto com a sinalização de uma maior responsabilidade fiscal, a curva de juros brasileira recuou em bloco. Os DIs para janeiro de 2024 perderam 7,5 pontos-base, a 13,52%, e os para 2025, 16,5 pontos, a 12,53%. Os DIs para 2027 foram a 12,26%, com menos 25 pontos, e os para 2029, a 12,34%, com menos 28 pontos. Os DIs para 2031 ficaram em 12,39%, com menos 28 pontos-base.
O dólar recuou 0,40% frente ao real, negociado a R$ 5,180 na compra e a R$ 5,181 na venda.
Além do melhor cenário interno, o real se valorizou ainda com um auxílio das commodities. A tonelada do minério de ferro superou os US$ 120 em Cingapura, com investidores temendo a oferta em meio à perspectiva de alta da demanda na China. O petróleo Brent, por sua vez, saltou 3,48%, negociado a US$ 82,89.
Entre as principais altas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias da 3R Petroleum (RRRP3), com mais 13,64%, as da PetroRio (PRIO3), com mais 7,76%, e as da Minerva (BEEF3), com mais 7,73%.
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