As taxas dos títulos públicos oscilam na tarde desta terça-feira (27). Nos prefixados, as taxas sobem até 9 pontos-base, já nos papéis atrelados à inflação as taxas operam mistas ou permanecem estáveis.
Segundo Cristiane Quartalori, economista do Banco Ourinvest, o comportamento das taxas acompanha a alta do dólar, que avança frente ao real, por conta da expectativa do mercado sobre os próximos nomes a serem anunciados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (Lula).
Nesta terça-feira (27), Alexandre Padilha (PT-SP), futuro titular da Secretaria das Relações Institucionais na Presidência da República, afirmou que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) aceitou o convite do presidente diplomado, para ser ministra do Planejamento. Ele negou, porém, que Lula tenha discutido com Tebet mudar a estrutura atual do ministério.
“Temos uma sinalização positiva de que ela aceitou o ministério do Planejamento”, disse Padilha. “O presidente Lula fez o convite à senadora Simone Tebet pelo papel que ela teve no segundo turno e como prefeita, como senadora e capacidade como gestora.”
Contudo, Cristiane lembra que o mercado ainda aguarda o nome dos presidentes dos bancos públicos, o que gera um sentimento de cautela e aversão ao risco. Segundo Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, os nomes dos presidentes da Caixa e do Banco do Brasil, assim como a definição da composição do Conselho Monetário Nacional (CMN) devem sair ainda nesta semana.
“Esse sentimento de cautela influencia nos juros, porque o mercado está bastante preocupado com a questão fiscal. Existe a expectativa de que o Banco Central precise fazer um ajuste residual da taxa Selic em 2023, por conta do aumento de gastos e o seu impacto negativo na inflação”, avalia Cristiane.
Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos, destaca também a tributação dos combustíveis, que pode voltar a patamares normais no começo de 2023 – se não houver uma renovação da política atual do governo, que estabelecia a isenção dos impostos federais, principalmente PIS, Cofins e CIDE.
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“Se isso não for renovado, teremos um aumento no preço da gasolina no começo do ano, que pode impactar a inflação”, afirma o economista. Costa destaca que Haddad desmentiu a possibilidade de uma medida provisória (MP) ser anunciada sobre o assunto. O futuro ministro da Fazenda estaria discutindo com Lula as medidas do governo diante dessa questão.
“O mais provável é que fique a isenção dos impostos por um mês e a partir de fevereiro o governo trate isso via política de preços dos combustíveis da Petrobras”, avalia Costa.
Dentro dos prefixados, a maior alta era do título de médio prazo. O Tesouro Prefixado 2029 oferecia às 15h25 um retorno anual de 13,08 %, superior aos 12,99% registrados na segunda-feira (26).
Já o Tesouro Prefixado 2025 apresentava uma rentabilidade anual de 12,96%, acima dos 12,94% vistos ontem.
Nos títulos atrelados à inflação, apenas o Tesouro IPCA+ 2026 apresentava alta na taxa. O título público oferecia um ganho real de 6,28%, acima dos 6,26% registrados na sessão anterior.
Na contramão, a taxa do Tesouro IPCA+ 2035 recuava. O título público oferecia às 15h25 um ganho real de 6,16%, inferior aos 6,18% vistos ontem. As outras taxas permaneciam estáveis.
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O maior ganho real registrado nesta sessão era do 6,31%, do Tesouro IPCA+ 2045.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para a compra no Tesouro Direto na tarde desta terça-feira (27):
Governo decide prorrogar desoneração federal de combustíveis por 30 dias
O governo Jair Bolsonaro decidiu autorizar uma prorrogação de 30 dias para a desoneração federal sobre combustíveis, o que estenderá a validade da medida até o fim de janeiro, informou à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto nesta terça-feira.
A previsão original para o vencimento da redução tributária, adotada em meio à alta na cotação do petróleo após a guerra na Ucrânia, era 31 de dezembro deste ano.
A medida, divulgada pelo site G1 e confirmada à Reuters por essa fonte, dará tempo para que o governo eleito decida o que fazer com a desoneração desses insumos após a posse, na próxima semana.
O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vinha afirmando que precisava aguardar a aprovação da PEC da Transição e uma reavaliação das contas do governo para depois tomar uma decisão.
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Simone Tebet aceita convite de Lula para ser ministra do Planejamento
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) aceitou o convite do presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ser ministra do Planejamento. O anúncio foi feito nesta terça-feira (27), pelo deputado Alexandre Padilha (PT-SP), futuro titular da Secretaria das Relações Institucionais na Presidência da República. Ele negou, porém, que Lula tenha discutido com Tebet mudar a estrutura atual do ministério.
“Temos uma sinalização positiva de que ela aceitou o ministério do Planejamento”, disse Padilha. “O presidente Lula fez o convite à senadora Simone Tebet pelo papel que ela teve no segundo turno e como prefeita, como senadora e capacidade como gestora.”
O futuro ministro disse que não haverá mudança, por enquanto, na estrutura já debatida do governo com Lula e demais ministros. O Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que a senadora teria sinalizado interesse em levar para o Planejamento como forma de robustecer a pasta, continua na Casa Civil.
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Segundo Padilha, a senadora conversará com Lula ainda nesta terça-feira, em encontro sem horário definido. O convite foi feito na sexta-feira passada, dia 23, para que Tebet avaliasse assumir a pasta com o desenho e organograma montados previamente por Lula e outros ministros. Ele negou que tenham sido discutidos transferências de órgãos do governo para a pasta a ser chefiada por Tebet.
“Não tem acordo. Tem um convite feito para o Planejamento, na estrutura e nas responsabilidades do Ministério do Planejamento, que tem um papel decisivo de acompanhamento, participa dos comitês gestores coordenados pela Casa Civil. Inclusive do comitê gestor do PPI, que é coordenado pela Casa Civil e executado pelo ministério que está na ponta. O convite foi feito para essa estrutura do Planejamento e tivemos uma sinalização positiva”, afirmou Padilha. “Recebi uma sinalização de que (ela) tem a vontade de compor o Ministério do Planejamento e estaria aceitando o convite feito sexta-feira, quando o presidente mostrou o organograma, os papéis e responsabilidades do ministério.”
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Simone Tebet aceita convite de Lula para ser ministra do Planejamento
Câmbio
Acertar a trajetória do dólar nunca foi fácil. No mercado financeiro há uma frase famosa, para não dizer clichê, que diz que o câmbio já foi o coveiro da reputação de muitos economistas e especialistas do mercado.
Nos últimos anos, com toda a volatilidade que se instalou, tentar prever o futuro da moeda americana talvez tenha sido um desafio maior do que nunca. Em 2022 isso se deu e, por enquanto, 2023 não deve ser diferente – mas os fatores devem mudar.
O real, aos trancos e barrancos, se fortaleceu frente ao dólar nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a moeda americana comercial registrava queda de 6,5% frente à brasileira, negociada a R$ 5,2078 no fechamento desta segunda-feira, ainda que com volatilidade. Cabe destacar que, nesta terça-feira (27), a divisa americana subia cerca de 1,5%, na casa de R$ 5,28.
No gráfico abaixo, elaborado pela XP, é possível ver o desempenho das moedas emergentes versus o dólar em 2022 até o fechamento da última sexta-feira (23), mostrando que a divisa nacional, apesar da volatilidade, está entre as moedas emergentes com melhor desempenho no acumulado do ano:
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