Após iniciar o dia em queda, refletindo ainda a ressaca de quinta-feira 10, após sinalizações negativas com os dados de inflação e as críticas de Lula ao teto de gastos, o Ibovespa voltou a se recuperar ao longo desta sexta-feira, 11, encerrando o dia com alta de 2,26%, aos 112.253 pontos. O dólar, após escalar 4,4% na véspera, recuou 1,17%, a 5,33 reais.
O adiamento da PEC da Transição e a valorização das ações da Vale ajudaram a acalmar o mercado. “Após um dia anterior muito ruim, o índice brasileiro recupera parte das perdas no dia de hoje com esses movimentos”, diz a Ativa Investimentos. Marcelo Oliveira, analista da Quantzed, explica que o alívio na política de lockdowns da China gerou otimismo para as ações da Vale, que subiram 10%, ajudando na recuperação da bolsa. “Os ativos que puxaram o Ibovespa são bastante ligados a commodities e câmbio, enquanto os ativos de mercado interno continuaram sofrendo. Os ativos que lideraram o índice no dia de hoje são menos dependentes da governança política”, diz João Beck, economista e sócio da BRA.
Outro movimento que ajudou o índice a ganhar fôlego mesmo com as incertezas fiscais no radar é a entrada de fluxo estrangeiro na bolsa. Os dados de inflação nos Estados Unidos vieram melhores, arrefecendo a expectativa de juros mais fortes por lá, enquanto no Brasil a inflação voltou a aumentar, com economistas prevendo o “fim do ciclo de deflação” observado nos últimos meses. Com isso, a perspectiva de um aumento residual de 0,25 ponto porcentual na Selic voltou ao radar, atraindo o fluxo estrangeiro. “Desde ontem está se desenhando um cenário em que a taxa de juros, mesmo que não suba, deve ficar alta por bastante tempo. As expectativas de redução, que poderiam começar no primeiro trimestre do novo ano, agora são empurradas para o segundo semestre”, diz Beck, da BRA.
As críticas ao teto de gastos e as sinalizações de elevar os gastos do governo geram preocupações com o impacto na inflação. O instrumento criado em 2016 é uma importante âncora fiscal para controlar os gastos do governo e a inflação.
Como China e Vale aliviaram fala de Lula e injetaram ânimo na bolsa - VEJA
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