Notas de dólar — Foto: Gary Cameron/Reuters
O dólar opera em forte alta nesta sexta-feira (1), com os investidores monitorando o aumento dos riscos fiscais no Brasil após o Senado ter aprovado na véspera proposta que libera um gasto bilionário às vésperas da eleição.
Às 15h17, a moeda norte-americana subia 1,33%, vendida a R$ 5,3025. Na máxima até o momento, chegou a R$ 5,3381.
O dólar turismo, preço de referência para casas de câmbio, tem alta de 1,93% e é vendido por R$ 5,5101. Veja mais cotações.
A última vez que o dólar superou o patamar de R$ 5,30 foi no dia 4 de fevereiro, quando fechou a R$ 5,3206.
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Com a performance desta sexta-feira, o dólar caminhava para registrar uma quinta semana consecutiva de ganhos.
Na quinta-feira, o dólar encerrou em alta de 0,78%, a R$ 5,2327. Com o resultado, acumulou um salto de 10,13% em junho. No ano, ainda tem desvalorização de 6,14% frente ao real.
Entenda o que faz o dólar subir ou descer
O que está mexendo com os mercados?
O Senado aprovou na quinta-feira a PEC (proposta de emenda à Constituição) que libera R$ 41 bilhões em gastos a pouco mais de três meses das eleições. A PEC segue agora para a Câmara dos Deputados. Se aprovada pelos deputados, seu impacto nos cofres públicos pode chegar a R$ 41,2 bilhões.
Apelidada de "PEC Kamikaze", ela reacendeu temores fiscais e de uma pressão ainda maior nos juros e inflação. Analistas apontam também que a proposta é uma forma jurídica de tentar burlar a lei eleitoral.
Na agenda de indicadores, o IBGE divulgou que o Índice de Preços ao Produtor (IPP), subiu 1,83% em maio. No acumulado em 12 meses, a chamada inflação de “porta de fábrica”, sem impostos e fretes, atingiu 19,15%. Vinte e uma das 24 atividades acompanhadas pelo IPP tiveram aumento de preços em maio.
Na véspera, o Banco Central admitiu oficialmente que a meta de inflação, em 2022, será descumprida pelo segundo ano seguido. o BC estimou em relatório uma alta de preços de 8,8% para 2022; de 4% para 2023 e de 2,7% para 2024.
No exterior, o foco permanece nos temores de uma recessão global, com os investidores em busca de pistas sobre a trajetória das taxas dos juros nos EUA e na Europa.
A inflação da zona do euro atingiu mais um recorde em junho, chegando a 8,6% em 12 meses, reforçando a expectativa de alta maior dos juros.
Os preços do petróleo tinham alta acima de 2% nesta sexta, enquanto que os do minério de ferro e do aço fecharam em queda nos mercados asiáticos.
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