Altas acumuladas desde setembro do último ano chegam a quase 100%. Entre sacolões, diferença de preços supera 500%, segundo Mercado Mineiro
O período de chuvas ininterruptas que atingiu Minas Gerais nas últimas semanas ainda causa efeitos nos sacolões em Belo Horizonte. Com altas acumuladas desde setembro de 2021, alguns itens chegam a custar 99,3% mais caros atualmente, segundo levantamento do site de pesquisa Mercado Mineiro, divulgado nesta segunda-feira (17).
O aumento mais expressivo foi o do jiló, cujo preço do quilo quase dobrou, passando de R$ 5,37 para R$ 10,71. Logo atrás, o quilo da cenoura subiu cerca de 84% e foi de R$ 3,24 para R$ 5,96. O quilo do tomate aumentou menos, 27,71%, mas mesmo assim ficou mais de R$ 1 mais caro e foi de R$ 6,21 a R$ 7,93, em média. Com as chuvas, boletim da CeasaMinas aponta que a oferta de alimentos caiu de 15% a 20% nos dez primeiros dias de janeiro, em comparação ao mês anterior.
O administrador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, reforça a necessidade de pesquisa neste momento, devido à variação de preço que ultrapassa 500% em diferentes estabelecimentos. “O importante, neste momento, é ficar de olho nos dias de oferta dos sacolões e dos supermercados para, além de comprar produtos que estão eventualmente na safra, tentar comprar na faixa de preço médio, pelo menos para esperar a nova produção, dentro de um mês ou dois. A chuva estragou bastante a colheita do início deste ano”, diz.
Na última semana, balanço da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) estimava que a produção de 127 mil produtores rurais, de 416 municípios, foi afetada pelas chuvas. Com isso, sacolões também atestam a chegada de alimentos com menor qualidade. O aumento preço do diesel, que começou a valer na última quarta-feira (12), também deve ter impacto nos alimentos, já que pressiona o frete, segundo análise do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg).
Preços variam mais de 500% entre sacolões
O aumento de preços é geral, porém o consumidor encontra valores até 523% diferentes em cada estabelecimento. É o que ocorre com o quiabo, que vai de R$ 3,98 em um sacolão no bairro Santa Efigênia, na região Leste de BH, a R$ 24,80, no mesmo bairro. Não se trata de variedades diferentes do legume, segundo o administrador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu. “O pesquisador até se assustou”, comenta.
O preço do quilo da batata também tem uma variação ampla, de aproximadamente 303%, e o legume pode ser encontrado de R$ 1,98 a R$ 7,99. Mesmo a menor variação registrada, de 42,5%, da alface americana, ainda representa mais de R$ 1 real de diferença. A verdura custa de R$ 3,50 a R$ 4,99, o quilo.
Confira o comparativo de preços de frutas e verduras nos sacolões de BH
Batata
Setembro de 2021: R$ 4,15
Janeiro de 2022: R$ 4,91
Variação: 18,35%
Beterraba
Setembro de 2021: R$ 3,65
Janeiro de 2022: R$ 4,56
Variação: 24,95%
Cebola branca
Setembro de 2021: R$ 3,43
Janeiro de 2022: R$ 4,11
Variação: 19,84%
Cenoura
Setembro de 2021: R$ 3,24
Janeiro de 2022: R$ 5,96
Variação: 83,97%
Chuchu
Setembro de 2021: R$ 4,62
Janeiro de 2022: R$ 3,62
Variação: -21,74%
Couve-flor
Setembro de 2021: R$ 5,21
Janeiro de 2022: R$ 8,13
Variação: 56,11%
Quiabo
Setembro de 2021: R$ 8,24
Janeiro de 2022: R$ 12,14
Variação: 47,34%
Tomate
Setembro de 2021: R$ 6,21
Janeiro de 2022: R$ 7,93
Variação: 27,71%
Abóbora
Setembro de 2021: R$ 2,62
Janeiro de 2022: R$ 2,91
Variação: 11,09%
Pimentão verde
Setembro de 2021: R$ 8,10
Janeiro de 2022: R$ 7,80
Variação: -3,69%
Repolho
Setembro de 2021: R$ 2,99
Janeiro de 2022: R$ 2,51
Variação: -16,04%
Jiló
Setembro de 2021: R$ 5,37
Janeiro de 2022: R$ 10,71
Variação: 99,35%
Mandioca
Setembro de 2021: R$ 3,93
Janeiro de 2022: R$ 5,59
Variação: 42,12%
Inhame
Setembro de 2021: R$ 3,85
Janeiro de 2022: R$ 5,04
Variação: 30,79%
Pepino
Setembro de 2021: R$ 4,10
Janeiro de 2022: R$ 4,44
Variação: 8,18%
Alface americana
Setembro de 2021: R$ 3,93
Janeiro de 2022: R$ 3,99
Variação: 1,54%
Cebolinha
Setembro de 2021: R$ 1,65
Janeiro de 2022: R$ 1,76
Variação: 6,79%
Salsinha
Setembro de 2021: R$ 1,65
Janeiro de 2022: R$ 1,79
Variação: 8,71%
Couve
Setembro de 2021: R$ 1,75
Janeiro de 2022: R$ 1,88
Variação: 7,28%
Acelga
Setembro de 2021: R$ 4,12
Janeiro de 2022: R$ 5,05
Variação: 22,59%
Banana prata
Setembro de 2021: R$ 4,57
Janeiro de 2022: R$ 6,84
Variação: 49,57%
Banana caturra
Setembro de 2021: R$ 3,60
Janeiro de 2022: R$ 3,87
Variação: 7,51%
Laranja pera
Setembro de 2021: R$ 3,40
Janeiro de 2022: R$ 3,31
Variação: -2,62%
Maçã
Setembro de 2021: R$ 6,29
Janeiro de 2022: R$ 6,86
Variação: 9,01%
Limão Tahiti
Setembro de 2021: R$ 4,37
Janeiro de 2022: R$ 3,15
Variação: -28,02%
Abacaxi
Setembro de 2021: R$ 5,32
Janeiro de 2022: R$ 6,29
Variação: 18,17%
Mamão Havaí
Setembro de 2021: R$ 5,76
Janeiro de 2022: R$ 6,28
Variação: 9,05%
Melancia
Setembro de 2021: R$ 2,11
Janeiro de 2022: R$ 2,54
Variação: 20,43%
Abacate
Setembro de 2021: R$ 6,28
Janeiro de 2022: R$ 12,20
Variação: 94,23%
Morango
Setembro de 2021: R$ 5,81
Janeiro de 2022: R$ 5,75
Variação: -1,04%
Pera
Setembro de 2021: R$ 13,13
Janeiro de 2022: R$ 14,52
Variação: 10,61%
Uva Itália
Setembro de 2021: R$ 13,37
Janeiro de 2022: R$ 15,80
Variação: 18,17%
A pesquisa do Mercado Mineiro foi realizada entre os dias 12 e 14 de janeiro em 18 estabelecimentos.
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