Após registrar queda na véspera, o dólar comercial fechou a quarta-feira (9) em leve alta de 0,1%, cotado a R$ 5,50 na venda, com investidores repercutindo a divulgação de novos dados de inflação pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a aprovação em segundo turno da PEC dos Precatórios, na Câmara dos Deputados.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também caminha para terminar a sessão com ganhos. Por volta das 17h20 (horário de Brasília), o indicador registrava alta de 0,56%, chegando aos 106.125,78 pontos. As negociações se encerram às 18h.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Inflação surpreendeu
Pela manhã, o IBGE informou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) — a inflação oficial do país — subiu 1,25% em outubro, após registrar alta de 1,16% em setembro. É a maior variação para o mês em quase 20 anos, desde 2002 (1,31%).
O dado veio acima da expectativa de economistas consultados pela Reuters, que esperavam avanço de 1,05% em outubro.
Com a leitura "significativamente mais alta do que o esperado", o Goldman Sachs afirmou que espera que o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central promova um reajuste de pelo menos 1,5 ponto percentual nos juros básicos da economia (Selic) em seu próximo encontro, marcado para os dias 7 e 8 de dezembro.
Hoje, a Selic está em 7,75% ao ano. Se a previsão do Goldman Sachs se concretizar, a taxa terminaria 2022 em 9,25% ao ano.
Entenda a PEC dos Precatórios
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios é vista por alguns participantes do mercado como a alternativa menos danosa à saúde fiscal do país em meio à pressão do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) por mais gastos com benefícios sociais em 2022, ano em que o presidente deve tentar a reeleição.
Além de adiar o pagamento de precatórios — dívidas judiciais da União —, a proposta também muda a dinâmica do teto de gastos. O texto prevê que o limite seja determinado não mais pela inflação acumulada em 12 meses até junho do ano anterior, como é hoje, mas pela taxa apurada nos 12 meses até dezembro do ano anterior.
Na prática, as mudanças trazidas pela PEC abririam espaço de R$ 91,6 bilhões para gastos em 2022, segundo o governo federal. Essa "folga" no Orçamento do ano que vem viabilizaria o pagamento do Auxilio Brasil, programa substituto do Bolsa Família.
Agora que passou pela Câmara, a PEC segue para o Senado, onde precisa da aprovação de pelo menos 49 dos 81 senadores, também em dois turnos de votação, para entrar em vigor.
(Com Reuters)
Dólar fecha quase estável, a R$ 5,50, após PEC passar na Câmara - UOL Economia
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