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Wednesday, November 10, 2021

Aprovação da PEC dos Precatórios e inflação ditam o tom do mercado nesta quarta - Valor Investe

A quarta-feira será marcada por expectativas a respeito de assuntos importantes para o mercado. O primeiro deles, claro, segue sendo a novela da PEC dos Precatórios. O texto foi aprovado na votação em 2º turno na Câmara dos Deputados ontem, por 323 votos contra 172. Além disso, hoje é dia de divulgação do IPCA de outubro, um dos principais indicadores para a inflação no Brasil.

Para o IPCA, a aposta é que o país tenha registrado uma desaceleração na alta dos preços. É importante lembrar que isso não significa que os preços caíram, mas sim que subiram de forma mais lenta. A mediana de 40 projeções de consultorias e instituições financeiras compiladas pelo Valor Data indica desaceleração para 1,06% em outubro, ante 1,16% registrado em setembro. O intervalo das estimativas vai de 0,80% a 1,17%.

Já sobre a PEC dos Precatórios, há quem diga que a aprovação já foi amplamente antecipada pelo mercado, que agora deve se preparar para uma disputa mais difícil no Senado. A PEC, para quem não sabe, abre uma brecha para o governo gastar mais dinheiro. Isso porque, trocando em miúdos, ela alonga o prazo que o governo tem para pagar determinadas dívidas e, com isso, sobra dinheiro para ele investir em coisas em considera mais importantes, como a "turbinada" no Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.

O assunto, portanto, continua sendo as contas públicas e a saúde financeira do país, tendo em vista que não há dinheiro para gastar e o governo precisa encontrar "brechas" para fazê-lo. O resultado disso é a incerteza sobre como será o cenário econômico daqui pra frente. E como bem se sabe, se tem alguém que não gosta de incertezas esse alguém é o mercado financeiro.

E no meio disso tudo, ontem Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria durante a hora final do pregão e suspendeu o chamado "orçamento paralelo". Por meio dele, o governo tem direcionado verbas a parlamentares (e usado disso para negociar apoio em algumas questões, como a PEC dos Precatórios). Agora, portanto, não se sabe como ficarão as negociações. Então, a novela segue longe do fim.

Lá fora, os três principais índices de Wall Street encerraram o dia em queda diante de um forte recuo do setor de consumo discricionário, que foi impactado pela perda das ações da Tesla, e também do setor financeiro, afetado pela retração dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano.

O índice Dow Jones encerrou em queda de 0,31%, a 36.319,98 pontos, o S&P 500 recuou 0,35%, a 4.685,25 pontos, e o Nasdaq caiu 0,60%, a 15.886,54 pontos.

Nos últimos dias, os índices vinham renovando seus recordes de fechamento com os bons resultados corporativos do terceiro trimestre.

Já o EWZ, principal ETF de ações brasileiras na bolsa americana, subiu 1,84% depois de registrar queda de 0,10% na segunda-feira.

Indicadores do dia

Antes de falar do que pode vir pela frente, vamos fazer uma ronda no que já saiu neste começo da manhã e madrugada de quarta-feira (9).

Alemanha - O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) na Alemanha cresceu dentro do esperado em outubro, em +0,5% em base mensal e +4,5% no confronto anual, conforme a leitura preliminar nacional divulgada pelo escritório de estatísticas Destatis. Ambos os resultados ficaram dentro do previsto. Considerando-se a leitura harmonizada aos padrões da União Europeia (UE), o CPI alemão aumentou 0,5% e 4,6%, na mesma base de comparação, também dentro do esperado.

Tailândia - O Banco Central da Tailândia (BoT) manteve a taxa referencial de juros em 0,50% ao ano, por unanimidade e conforme esperado no mercado financeiro. No comunicado que acompanhou a decisão, o BC tailandês afirmou que a economia do país entrou na fase de recuperação no terceiro trimestre deste ano, mas observou que os riscos negativos à projeção econômica diminuíram, devido ao progresso da vacinação contra a covid-19.

Bolsas da Ásia

As principais bolsas asiáticas encerraram a sessão em queda, contaminadas pela sessão negativa da véspera em Nova York e com os investidores digerindo os “números salgados” da inflação ao produtor (PPI) e ao consumidor (CPI) na China. A exceção ficou com a Bolsa de Hong Kong, que fechou em alta de 0,74%.

Ao final da sessão, o índice japonês Nikkei 225 caiu 0,61% e a Bolsa de Seul, na Coreia do Sul, recuou 1,09%. Na China, Xangai perdeu 0,41%, reagindo ao aumento de 1,5% do CPI chinês em outubro, o dobro do observado em setembro, na maior alta em 13 meses, impulsionado pelo salto nos preços de alimentos e combustíveis.

Indicadores no radar

Nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta, às 9h, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro.

E os indicadores de inflação não param por aí. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) comunica às 8h o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) do primeiro decêndio de novembro. No mesmo período de outubro, o indicador registrou deflação de 0,91%, vindo de -1,09% na primeira prévia de setembro e de -0,64% no encerramento desse mês.

O IBGE também publica, às 9h, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de outubro. O indicador mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos e tem o grupo Alimentos com o maior peso em sua composição. Às 9h também será divulgada a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) Regional de setembro.

Lá fora, o Departamento do Trabalho dos EUA noticia, às 10h30 (de Brasília), o índice de preços ao consumidor (CPI) de outubro. Em setembro, o índice cheio subiu 0,4% na margem e 5,4% em bases anuais; o núcleo do índice variou 0,2% na margem e subiu 4% ao ano.

O Departamento de Trabalho dos EUA também mostra, às 10h30 (de Brasília), o número de novos pedidos de seguro-desemprego requeridos na semana até 6 de novembro. Na semana anterior, houve 269 mil pedidos iniciais. Estimam-se 265 mil novos pedidos.

Balanços corporativos

Nacionais - Por aqui, a Dexxos abre a divulgação de resultados desta quarta-feira, informando seus números antes da abertura do mercado. Após o fechamento, é a vez de Alliansce Sonae, BRF, Copel, Enauta, Even, Guararapes (Riachuelo), JBS, Locaweb, NotreDame Intermédica, Oi, Porto Seguro, SulAmérica, Totvs, Via, Vivara, entre outras.

Internacionais - Adidas, Allianz, Continental e Alstom publicam seus resultados pela manhã, e Disney e Duolingo após o mercado fechar.

EC Sao Paulo, Brasil 22 de fevereiro de 2021 Investidor observa Placar eletronico que mostra a queda do indice IBOVESPA na entrada da Bolsa de Valores. Foto: Marcos Ankosqui / Agencia O Globo — Foto: Marco Ankosqui, SP/BRA /Agência O Globo

EC Sao Paulo, Brasil 22 de fevereiro de 2021 Investidor observa Placar eletronico que mostra a queda do indice IBOVESPA na entrada da Bolsa de Valores. Foto: Marcos Ankosqui / Agencia O Globo — Foto: Marco Ankosqui, SP/BRA /Agência O Globo

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