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Friday, October 29, 2021

Ibovespa cai mais 2% na sessão e tem pior mês do ano; o que esperar da Bolsa para os próximos meses? - InfoMoney

Ações em queda (Crédito: Shutterstock)

SÃO PAULO – Nem mesmo os balanços das empresas de maior peso do Ibovespa foram capazes de dar um alento ao principal índice do mercado acionário brasileiro. A Bolsa não só fechou em queda pelo quarto dia seguido, fechando nas mínimas do dia, como também teve o pior patamar de fechamento de 2021 e a pior queda mensal no ano.

Notícias relacionadas à Petrobras, uma das principais blue chips do índice, trouxeram bastante oscilação aos negócios. O presidente da petrolífera, general Silva e Luna, afirmou que o Congresso estaria estudando soluções com o governo para resolver a questão da alta dos combustíveis. Ontem, em live nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já havia estressado os investidores sinalizando algum controle de preços.

“Petrobras é obrigada a aumentar o preço porque ela tem que seguir a legislação e nós estamos tentando aqui buscar uma maneira de mudar a lei nesse sentido”, afirmou Bolsonaro. No terceiro trimestre, a petrolífera apresentou lucro líquido de R$ 31 bilhões e a empresa também anunciou o pagamento de R$ 31,8 bilhões em dividendos aos acionistas. As notícias seriam motivo para valorização das ações da Petrobras, mas os papéis da companhia terminaram o dia entre as maiores quedas da Bolsa.

Enquanto isso, as incertezas fiscais permanecem. Esteves Conalgo, secretário de Tesouro e Orçamento, disse hoje em entrevista coletiva que que o Ministério da Economia não trabalha com outra opção além da PEC dos Precatórios para abrir espaço no Orçamento e acomodar o Auxílio Brasil. “A gente não lida com outra possibilidade. A opção que está sendo discutida no Ministério da Economia é o texto da PEC”, respondeu Colnago.

O Ministério projetou que a aprovação da PEC dos Precatórios abrirá espaço para despesas discricionárias de 91,6 bilhões de reais em 2022 caso aprovada pelo Congresso.

O Ibovespa fechou em queda de 2,09% aos 103.500 pontos; o volume negociado no dia foi de R$ 33 bilhões. No mês, a Bolsa caiu 6,7% e desde o início do ano já recuou 13,03%. O índice futuro com vencimento em dezembro de 2021 é negociado aos 104.770 pontos com queda de 0,84% nos negócios do after market.

O dólar fechou em alta de 0,37% a R$ 5,646 na compra e R$ 5,646 na venda. No mês, a moeda americana teve alta de 3,7%. O dólar futuro para novembro de 2021 é negociado em leve queda de 0,04% a R$ 5,543.

No mercado de juros futuros, os contratos recuaram depois de terem disparado nos últimos dias: o DI para janeiro de 2023 caiu 27 pontos-base, a 12,21%; DI para janeiro de 2025 caiu 39 pontos-base a 12,25%; e o DI para janeiro de 2027 caiu 41 pontos-base, a 12,24%.

O que esperar daqui pra frente?

Flavio Kac, gestor do ASA Long Biased, diz não ter uma visão muito positiva para a Bolsa nos próximos meses. Para ele, ainda que a temporada de balanços das empresas tenha se mostrado mais positiva que o esperado, são resultados do passado e o mercado trabalha com perspectivas futuras. Mas Kac admite que vê muitas empresas descontadas como oportunidade.

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“A gente tem visto revisões sequenciais de Produto Interno Bruto (PIB) para baixo e o que está acontecendo com juros impacta na avaliação dos ativos”, afirma Kac. Com a Selic mais alta, os custos de captação das empresas ficam mais altos. Uma das maiores convicções da gestora no momento está em empresas do setor de proteína animal, como a JBS, que é mais exposta à economia americana.

Já Luiz Correa, Head de renda variável da Nexgen, acredita em melhora no final do ano e que a Bolsa ainda tem chances de viver um rally típico do período. Essa possível alta seria amparada por oportunidades de investimento, com boas empresas sendo negociadas com descontos altos. Mas ele admite que enquanto os juros continuarem subindo, o mercado acionário vai ter dificuldades de se tornar atrativo.

“Com a inflação que o Brasil tem hoje e com a rentabilidade dos títulos públicos, a renda fixa fica mais atraente para o investidor local”, explica Correa. Para o estrangeiro, os riscos fiscais pesam mais na decisão de investir. “As incertezas políticas faz com que esse investidor prefira outros mercados emergentes”, afirma Correa.

Novos recordes no exterior

Em Nova York, as Bolsas fecharam o mês com recorde de alta. A sexta-feira também foi de ganhos, apesar dos resultados de empresas como Amazon e Apple terem decepcionado e balançado os negócios no início da sessão. Os três principais índices fecharam nas máximas históricas: Dow Jones fechou com alta de 0,25% a 35.819 pontos; S&P teve ganhos de 0,19% a 4.605 pontos e o Nasdaq subiu 0,33% a 15.489 pontos.

As Bolsas na Europa, que fecharam mais cedo, acompanharam pouco essa recuperação. O O índice Stoxx 600, referência por reunir empresas de 17 setores-chave do continente europeu, fechou com uma ligeira alta de 0,07%. Os preços do petróleo, que vinham caindo ao longo do dia, inverteram sinal e fecharam a sessão em alta. O Brent subiu 0,07% a US$ 84,38 o barril; o WTI avançou 0,71% a US$ 83,40.

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