O colapso dos preços do minério de ferro encolheu em cerca de US$ 40 bilhões o valor de mercado da Vale, que perdeu o posto de empresa mais valiosa da América Latina. Com a desvalorização de 32% da ação da Vale em relação à máxima no fim de julho em dólar, a mineradora agora está atrás do Mercado Livre, gigante de comércio eletrônico atualmente avaliada em US$ 90 bilhões, após o forte desempenho do seu negócio fintech no último trimestre.
Na análise em reais, a perda em valor de mercado foi de R$ 181 bilhões, mais que o valor do Bradesco, quinta maior companhia listada na B3, que é avaliado em R$ 174 bilhões. Mesmo com a forte queda, a Vale ainda é a maior companhia da bolsa brasileira, seguida por Petrobras, Itaú Unibanco e Ambev.
A mudança no ranking da América Latina - com uma plataforma da nova economia assumindo o primeiro lugar de uma produtora de matérias-primas de 79 anos - pode se consolidar em meio aos esforços da China para despoluir o setor industrial, que empurraram o minério de ferro abaixo de US$ 100 a tonelada.
Além da desaceleração da demanda chinesa nas últimas semanas, o mercado de minério agora enfrenta as dúvidas sobre a saúde financeira da Evergrande, segunda maior construtora chinesa. A construção civil é o principal termômetro para a demanda por minério e derivados no país asiático.
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Na semana passada, o UBS anunciou um duplo rebaixamento de recomendação para os ADRs da Vale, de compra para venda, enquanto o Bradesco BBI vê riscos em um ambiente volátil para os preços das commodities com tendência baixista. Se o minério de ferro for negociado a US$ 90 em média no próximo ano, o Ebitda da Vale pode ficar abaixo da estimativa de consenso para 2022 em 38%.
O impacto na Vale poderia ser ainda pior se a mineradora não tivesse anunciado US$ 13,8 bilhões em remuneração aos acionistas até agora neste ano.
(Com Bloomberg)
Vale — Foto: Julio Bittencourt/Valor
Vale perde um 'Bradesco' em valor de mercado e deixa a liderança da América Latina - Valor Econômico
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