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Friday, September 3, 2021

Ibovespa zera ganhos em meio a queda nas bolsas internacionais após dado dos EUA; DIs aceleram alta - InfoMoney

(Pixabay)

SÃO PAULO – O Ibovespa opera em queda nesta sexta-feira (3) pressionado pelo ambiente negativo no exterior depois de um dado de emprego decepcionante nos Estados Unidos e, somando-se a isso, um clima de tensão antes das manifestações a favor e contra o governo marcadas para o dia 7 de setembro.

Há pouco, o presidente Jair Bolsonaro disse que ele e seus apoiadores “mostrarão o que fazer a quem quiser jogar fora das quatro linhas da Constituição” e que o 7 de setembro será “um ultimato para duas pessoas que precisam entender seu lugar”, presumivelmente referindo-se aos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mais cedo, a Bolsa já perdia o ímpeto comprador do início da sessão devido ao desempenho das bolsas internacionais, que caem com o dado decepcionante de emprego nos Estados Unidos em agosto. O payroll mostrou a criação de 235 mil vagas no país em agosto, número bem abaixo dos 750 mil esperados segundo estimativas coletadas pela Refinitiv.

Por um lado, o dado preocupa por confirmar a desaceleração na retomada do mercado de trabalho americano que já havia sido indicada pelo Relatório de Emprego ADP, por outro, indica que o Federal Reserve talvez precise esperar mais e ser mais cauteloso antes de reduzir os estímulos mensais.

Vale lembrar que na véspera o Ibovespa já recuou mais de 2%. A baixa de ontem foi consequência da aprovação na Câmara dos Deputados da reforma do Imposto de Renda e de outros fatores políticos como crise hídrica e derrotas do governo no Senado prejudicaram o ânimo dos investidores.

Agora pela manhã o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deu palestra em evento promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo. No evento, o chairman disse que o Banco Central será mais transparente em relação à modelagem que considera em seus cálculos para o hiato de produto para que o mercado entenda a atuação da autoridade monetária.

“Talvez isso explique um pouco a diferença do que o Banco Central tem achado em termos de inflação para o que o mercado acha e a gente vai começar a ser cada vez mais transparente na nossa modelagem para que o mercado entenda por que que nós tomamos as nossas medidas, por que que fazemos as coisas do jeito que a gente faz, qual é o objetivo das medidas”, afirmou.

Campos Neto pontuou ainda que a última bandeira da crise hídrica “realmente impacta bastante” a inflação. Segundo Campos Neto, a incorporação desse efeito dos preços de eletricidade tem afetado o aumento nas expectativas de inflação para este ano, também influenciando 2022.

Já o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, fala às 12h e o ministro da Economia, Paulo Guedes, discursará às 18h.

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Às 12h07 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,51% a 116.085 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial tem queda de 0,17% a R$ 5,175 na compra e a R$ 5,176 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em outubro recua 0,26% a R$ 5,191.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe dois pontos-base a 6,88%, DI para janeiro de 2023 tem alta de cinco pontos-base a 8,72%, DI para janeiro de 2025 avança oito pontos-base a 9,86% e DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de 10 pontos-base a 10,30%.

Na Ásia, mais uma vez os dados de Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de manufatura da China vieram abaixo do esperado, elevando os temores sobre a desaceleração econômica no gigante asiático.

O PMI Caixin/Markit de manufatura marcou 46,7 pontos em agosto, frente ao patamar de julho de 54,9 pontos e expectativa de 52 pontos. Nesta semana, o PMI oficial de manufatura em agosto apontou contração no setor pela primeira vez desde o início de 2020. Patamares acima de 50 pontos indicam expansão; abaixo, retração.

No continente, atenção ainda para o Japão, com o Nikkei fechando em alta após o primeiro-ministro Yoshihide Suga anunciar que não pretende concorrer nas próximas eleições pela liderança de seu partido.

Cabe ainda destacar que esta sessão é a última em que Wall Street e a Bolsa brasileira coincidem até a próxima quarta-feira (8), uma vez que segunda-feira (6) será feriado nos EUA e terça-feira (7) a B3 estará fechada por conta do feriado de Independência, o que pode adicionar volatilidade ao Ibovespa.

A Europa, por sua vez, teve a divulgação do PMI composto final IHS Markit da Zona do Euro, que caiu de 60,2 pontos em agosto a 59 em julho, mas ainda acima do patamar que separa retração de expansão. Isso indica que a atividade de negócios na Zona do Euro continuou forte em agosto, mesmo com o impacto da variante Delta do coronavírus.

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Além disso, pesquisas de intenções de voto divulgadas na quinta indicam que o Partido Social Democrata da Alemanha está bem à frente nas pesquisas para as eleições em relação em relação à União Democrática Cristã, de Angela Merkel. As eleições ocorrem em 26 de setembro.

Por Dentro dos Resultados

14h: InfoMoney entrevista executivos da Priner (PRNR3) Túlio Cintra (CEO) e Marcelo Costa (CFO)
18h: InfoMoney entrevista executivos da RD (RADL3) Eugenio de Zagottis (vice-presidente) e Fernando Spinelli (DRI)

Quer fazer perguntas aos CEOs das empresas que se destacam na Bolsa? Acompanhe a série Por Dentro dos Resultados no YouTube do InfoMoney

Covid e vacinação

Na quinta (2), a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 628, patamar 23% abaixo daquele de 14 dias antes. Em apenas um dia, foram registradas 776 mortes. As informações são do consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias de Saúde no Brasil, que divulgou, às 20h, o avanço da pandemia em 24 h.

A média móvel de novos casos em 7 dias foi de 22.196, queda de 26% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 27.196 novos casos.

Chegou a 133.043.816 o número de pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid no Brasil, o equivalente a 62,37% da população. A segunda dose ou a vacina de dose única foi aplicada em 64.687.797 pessoas, ou 30,32% da população.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou na quinta-feira que ficará duas semanas sem entregar ao Ministério da Saúde doses da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca envasadas pela instituição por conta do atraso na chegada de insumos.

Duas remessas do insumo farmacêutico ativo (IFA) chegaram ao Brasil nos dias 25 e 30 de agosto e um novo lote nesta chega na sexta-feira, depois do programado originalmente.

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Com a demora na chegada, as próximas entregas de lotes de vacina estão programadas apenas para a semana de 13 a 17 de setembro.

Desde o começo do ano, a Fiocruz entregou 91,9 milhões de doses da vacina ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), o que significa um atraso na previsão original de entregar 100 milhões de doses até julho.

Também na quinta, a Secretaria-Geral da Presidência da República informou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sancionou uma lei que permite o Poder Público a determinar o licenciamento compulsório de patentes de vacinas e medicamentos para fazer frente a situações de emergência de saúde pública.

Mas Bolsonaro vetou dispositivos que obrigavam donos de patentes a transferirem know-how e a fornecer os insumos de medicamentos e vacinas, alegando motivos de interesse público.

O projeto foi aprovado pelo Congresso no mês passado, apesar da oposição, que alegava que a matéria poderia prejudicar a relação do Brasil com produtores de vacinas e, ainda que o país não teria tecnologia para produzir alguns imunizantes mesmo se obtivesse a quebra das patentes.

Pela lei, o Executivo terá a prerrogativa de determinar a chamada licença compulsória, mas abre a possibilidade ao Congresso Nacional de atuar se identificar omissão do governo, autorizando o Parlamento a editar projeto de lei neste caso.

Reforma do IR e manifestações seguem no radar

Os jornais seguem dando destaque à reforma do IR, que passou na Câmara com apenas um destaque aprovado, aquele que prevê a redução da cobrança de dividendos de 20% para 15%.

De acordo com estudo do Comitê de Secretários de Fazenda dos Estados e Municípios (Comsefaz), a medida deve reduzir a arrecadação de estados em municípios em R$ 9,9 bilhões e R$ 9,3 bilhões, respectivamente. Já a União seria impactada negativamente em R$ 22,1 bilhões. Os jornais ainda apontam que o Senado, onde a reforma tramitará agora, apresentará maior resistência à aprovação do texto como está e de que há interesse de mesclá-lo a uma proposta de reforma tributária mais ampla.

O relator na Câmara da lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos a 17 setores, Jerônimo Goergen (Progressistas-RS), disse ainda que a medida será aprovada “de qualquer forma”. Segundo a Folha, o governo estuda com congressistas uma nova CPMF para bancar a perda arrecadatória da medida, estimada em R$ 8,3 bilhões.

Consultoria entrevistada pelo jornal aponta ainda que a conta de luz dos consumidores residenciais deve ter redução de menos de 3% após o repasse de BRL 5 bi da Eletrobras à CDE. Ainda sobre o tema, o governo deve prorrogar o recolhimento de tributos de agosto, setembro e outubro para dezembro.

Ainda em destaque, estão as falas do presidente Jair Bolsonaro sobre as manifestações de 7 de setembro. Em transmissão ao vivo semanal via redes sociais, ele questionou nesta quinta-feira a proibição de participação de policiais militares nos atos convocados para o feriado, e afirmou que tentativas de impedir a presença de agentes de segurança pública têm como intenção esvaziar a manifestação.

Policiais militares, assim como integrantes das Forças Armadas, não podem participar de atos políticos, mesmo que estejam de folga e sem o uniforme, e estão sujeitos a sanções disciplinares.

Bolsonaro ainda afirmou nesta quinta-feira que apresentará uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o ICMS dos combustíveis, afirmando que governadores estão descumprindo uma emenda constitucional na cobrança do tributo estadual.

Diante do aumento do preço dos combustíveis, o presidente vem reafirmando ter congelado o imposto federal sobre o insumo e tem transferido aos governadores a responsabilidade pelo preço final nas bombas. “No tocante aos governadores, que deveriam seguir a Emenda Constitucional 33 de 2001, toda vez que aumenta um pouquinho o combustível, eles aumentam na ponta da linha. Esse aumento quase que é o dobro daquilo que se registra lá na origem”, argumentou.

Bolsonaro já vinha defendendo que o ICMS, um tributo estadual, deveria incidir sobre preços nas refinarias, e não no consumo. Na última quinta, afirmou que o tributo deveria ter valor nominal fixo.

Ainda no radar, em entrevista publicada pelo colunista do site Metrópoles, Guilherme Amado, Marcelo Luiz Nogueira dos Santos, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), afirmou que no período em que trabalhou para o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) era obrigado a devolver 80% de seu salário.

Ele confirmou a afirmação em nova entrevista ao portal UOL, o que fortalece indícios da suposta prática da chamada “rachadinha” entre políticos da família Bolsonaro. Trata-se método de desvio de dinheiro público pelo qual funcionários repassam parte de seus salários a chefes com controle sobre suas indicações aos cargos públicos. Nogueira afirmou que, além dos 80% do salário tinha também que entregar uma porcentagem similar sobre 13º salário, férias, vale-refeição e restituição do imposto de renda.

Segundo informações do UOL, os valores seriam entregues à advogada Ana Cristina Siqueira Vale, segunda mulher do presidente Bolsonaro, ao longo de mais de quatro anos. Nogueira foi assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj entre 1º de fevereiro de 2003 e 6 de agosto de 2007, quando Ana Cristina e Jair Bolsonaro se separaram. Nogueira também afirmou que as mesmas condições eram impostas pela ex-mulher do presidente aos funcionários de outro de seus filhos, Carlos Bolsonaro, em seu primeiro mandato na Câmara Municipal do Rio.

Em maio, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro, Ana Cristina e outros 25 assessores para apurar a suspeita de nomeação de funcionários fantasmas no gabinete de Carlos e da prática da rachadinha.

Radar corporativo

Braskem (BRKM5)

A agência de classificação de risco S&P elevou nesta quinta-feira o rating de crédito atribuído à Braskem BRKM5.SA, de BB+ para BBB-, com perspectiva estável.

Em relatório, a S&P citou o sólido fluxo de caixa da Braskem no primeiro semestre e o fato de a empresa ter reduzido sua dívida bruta em cerca de US$ 1,7 bilhão.

“A perspectiva estável indica nossa visão de que a empresa manterá a alavancagem em cerca ou abaixo de 2,5 vezes nos próximos dois a três anos, apesar da expectativa de spreads petroquímicos mais baixos no futuro”, afirmou a agência.

Engie Brasil (EGIE3)

A Engie Brasil, braço da francesa Engie, colocou em operação nesta quinta-feira as três últimas das 11 centrais eólicas de seu ativo Campo Largo II, de 361,2 MW de capacidade instalada total, após autorização da agência reguladora Aneel, segundo comunicado enviado ao mercado.

Campo Largo II fica no Município de Umburanas, a aproximadamente 420 km da de Salvador (BA), mesma região onde a companhia já opera comercialmente os Conjuntos Eólicos Campo Largo e Umburanas (686,7 MW de capacidade instalada). A entrega ocorre em um momento em que o governo vem buscando alternativas para garantir o abastecimento de energia, em meio à maior crise hídrica em mais de 90 anos, que afeta reservatórios de hidrelétricas, a maior fonte de energia do Brasil.

Vale (VALE3)

A mineradora Vale iniciou na quarta a operação de seus primeiros seis caminhões fora de estrada autônomos no Complexo de Carajás, no Pará, ampliando o uso da tecnologia já empenhada em Minas Gerais que dispensa a presença de operadores dentro das cabines, em busca de mais segurança, ganhos operacionais e ambientais. Em Carajás, fica o maior complexo produtor de minério de ferro da Vale, e a empresa diz esperar elevar a produtividade.

Gerdau (GGBR4)

Em reunião anual com investidores, feita de forma virtual na quinta, executivos da Gerdau sinalizaram que poderão antecipar o pagamento de dividendos a acionistas referentes a 2021, após a Câmara dos Deputados aprovar a reforma do Imposto de Renda, estabelecendo tributação de dividendos e acabando com o mecanismo de juros sobre capital próprio (JCP). O diretor de relações com investidores da Gerdau, Harley Scardoelli afirmou que o índice de distribuição de dividendos deve seguir em cerca de 30%, por enquanto.

IPO

A RV Tecnologia pediu registro para uma oferta inicial de ações (IPO), em busca de recursos para expandir seu negócio principal de cartões de recarga, além de serviços financeiros e terminais de pagamentos (POS). Criada em 2002, a RV vende cartões de recarga celular e TV, cartões de transporte, chips de telefone, terminais para pagamento com cartões de débito e crédito e serviços financeiros, como pagamentos e microsseguros.

A companhia teve receita líquida de R$ 193,88 milhões no primeiro semestre, aumento de 21,9% ante mesma etapa de 2020, com a margem Ebitda subindo de 16,2% para 21,1%. No prospecto, a RV afirma que planeja usar os recurso da venda de ações novas para aquisições (M&A na sigla em inglês), crescimento orgânico e para capital de giro.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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