A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta sexta-feira (28) a aplicação do patamar 2 da bandeira tarifária vermelha para o mês de junho, ao custo de R$6,243 para cada 100kWh (quilowatt-hora) consumidos.
A agência citou "condições hidrológicas desfavoráveis" em maio para ativar o patamar mais caro dos sistema de bandeiras tarifárias.
"Junho inicia-se com os principais reservatórios do SIN (Sistema Interligado Nacional) em níveis mais baixos para essa época do ano, o que aponta para um horizonte com reduzida geração hidrelétrica e aumento da produção termelétricas", disse a Aneel, que afirmou que as atuais circunstâncias atuais pressionam os preços.
Em maio vigorou no país a bandeira tarifária vermelha, patamar 1, em que o acréscimo é de R$ 4,169.
O governo emitiu alerta de emergência hídrica em cinco estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná
O comitê responsável pelo monitoramento do setor elétrico, o CMSE, se reuniu na quinta (27), em caráter extraordinário, para avaliar a situação do sistema energético e concluiu que a situação é delicada.
Segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), que faz a gestão do sistema responsável por abastecer o país, o volume de chuva se manteve abaixo do normal em maio, e o país entra no período seco em situação delicada no que se refere a oferta de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas. A seca projetada para o período de setembro a maio é a pior em 91 anos.
Nesta sexta, ao chegar ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que o país atravessa uma crise energética.
"Estamos vivendo uma das maiores crises energéticas do país. Crise hidrológica, não chove", disse a um grupo de apoiadores. A fala do presidente foi transmitida por um site bolsonarista.
Após o alerta de emergência hídrica, o secretário de política econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, defendeu a privatização da Eletrobras e mudanças nas regras do setor.
“O que esse risco nos mostra? A necessidade de privatizarmos a Eletrobras. A necessidade de melhorarmos os marcos legais de energia. Isso para darmos toda tranquilidade de energia para o população brasileira”, declarou o secretário em entrevista à Jovem Pan.
O Congresso ainda discute uma proposta para abrir caminho à privatização da Eletrobras. Ainda não há data prevista para a operação.
O secretário argumenta que a desestatização da empresa do setor elétrico será um “ganho de bem estar” à população.
“Ainda mais num cenário de crise hídrica é fundamental privatizarmos a Eletrobras e melhorarmos os marcos legais do setor energético no Brasil”, repetiu Sachsida.
Na entrevista, ele fez uma comparação com a privatização da Telebras, o que, segundo o secretário, proporcionou um aumento da oferta no ramo de telecomunicações a um preço mais competitivo.
Com alerta de risco hídrico, Aneel anuncia energia mais cara em junho - Folha de S.Paulo
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